mercado imobiliário
5 de março de 2025
O ciclo do mercado imobiliário está virando?
Recentemente, têm-se especulado acerca de uma segunda crise internacional de 2008, novamente partindo do mercado imobiliário. Buscamos aqui uma visão geral e com mais censo crítico que as massas anônimas da internet sobre o assunto.
Com a crise sem precedentes que vimos se aproximar nos últimos anos com uma pandemia global e a guerra na Ucrânia, governos em todo o mundo seguraram as pontas para minimizar o impacto que inevitavelmente observamos nas cadeias globais de produção. Um súbito avanço do consumo foi acompanhado de uma alta inflacionária.
Uma das reações a isso, por diversos fatores, é observada em uma alta dos Juros – que, partindo de grandes mercados, como nos casos do FED e BCE, força a mão dos bancos centrais em outras economias, como a brasileira. O primeiro ponto a se considerar aqui é que com uma alta dos juros, a pressão que se coloca sobre os bancos comerciais como um todo aumenta – uma situação bem diferente do que se tinha em 2008.
Também os FIIs acabam por trazer outras regras ao jogo, com uma capacidade muito além de arcar com uma alta nos pagamentos. Isto já é algo que podemos melhor relacionar com o Brasil, onde o envolvimento em fundos alcançou mais de 2 milhões de CPFs. Mas, olhando mais de perto, o que há de fundamental no caso brasileiro em termos de sua distinção ao cenário externo vem mais forte por outra via: o impacto esperado em lajes comerciais.
No caso americano uma preocupação é identificada com uma alta taxa de vacância, propensa ainda ao crescimento, dos prédios comerciais. Mais altas taxas pressionando os responsáveis por esses empreendimentos, somadas a uma maior dificuldade de pagamento e possível movimento de esvaziamento, sugerem a possibilidade de uma tempestade perfeita no pior dos sentidos.
No caso brasileiro, o retorno aos escritórios se dá mais cedo e com maior força que nessas economias. Ainda que diversas empresas tenham adotado regimes híbridos de trabalho, esse impacto foi consideravelmente menor que em outras economias, e procura por espaços comerciais em diversas cidades está em alta, com pouca vacância.
Mesmo nos casos de adoção de regime híbrido de trabalho, o espaço do escritório tem sido ressignificado para momentos de criação coletiva, e uso alternado de espaços, alterando inclusive as necessidades específicas sobre esses espaços – menos compactos e subdivididos e mais focados em novos modelos de trabalho e interação.
Para Gustavo Favaron (CEO & Managing Partner GRI Club e 8 Capital Group), seja no Brasil ou fora, a crise estaria lançada para prédios de escritórios “B e C, para os quais será necessário buscar novas possibilidades de destinação” no longo prazo (https://www.griclub.org/news/real-estate/entenda-como-sera-a-proxima-crise-do-mercado-imobiliario-internacional_1956).
As portas parecem abertas para a inovação, criando em meio a essa possível crise, uma oportunidade de colocação em novos formatos de mercado a serem demandados em um futuro próximo.
